CONTRASENSO!
Reclama o roto rasgado/De sua nudez periférica
E o mendigo iletrado/Grita a sua miséria histérica.
O perdão clama o crente/Orando ao Senhor do céu
Recusa a prece o descrente/Flerta com o pecado ao léu.
Protesta o milionário sovina/E sonega o tributo e o salário.
Na pressa a ingênua menina/Apressa seu amargo calvário.
No jogo da vida o insolente/Rouba o direito ao inocente
Ilude o próximo sem complexo.
E o poeta escravizado de cisma/Liberta estrofes sem rima
Tempera choro e riso sem nexo!